sábado, 6 de setembro de 2014

ANTONÍMIA

               

A minha incapacidade de pensar em algo que não seja você me amedronta, incomoda. Seus lindos e tão pequenos olhos castanhos estão em toda parte, ocupam minha mente caótica, mesmo que em segundo plano. E esses olhos, escuros, como as mais belas opalas, interferem sutilmente na minha frequência cardíaca, entorpecem involuntariamente meus sentidos, Minha tão marcante individualidade foi brutalmente extinta pelo seu senso de humor ácido. Minha calmaria intocável, foi demolida por sua constante implicância. Que contraditório, ser desconstruído de forma implacável, para se sentir tão único e completo. É uma mistura de loucura e sanidade, de gelo e fogo, inferno e céu.

Chega a ser irreal. Almas gêmeas tão antônimas, extremos opostos tão unidos. Mas é real, tão real que cala todos os meus argumentos pessimistas, tão real que mudou meus conceitos.  Esse sentimento tão distinto, tão forte preenche meus poros. Sinto-me tão pequena, tão insegura perto de tudo isso, frágil como um dente de leão, que pode ser levado por qualquer brisa estival. Eu te amo, e é assim simples, descomplicado apesar das complicações. É como ver tudo alinhado dentro de um furacão. Nossos destinos foram cruzados e é assim, franco e eterno.

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